17 de maio de 2025

A Baía de Guanabara como alternativa de mobilidade urbana é o tema central do documentário.As gravações aconteceram em diversas cidades no entorno da Baia de Guanabara e terá segunda parte após os desdobramento da licitação.

Diretor Eduardo Guimarães

O longa documental “A BARCA É NOSSA!”, dirigido pelo cineasta Eduardo Guimarães, começou a ser gravado em maio deste ano. O filme retoma a discussão da ampliação das linhas e terminais de barcas para atenderem o grande fluxo de passageiros que diariamente se deslocam entre as cidades, unicamente, por transporte rodoviário. A partir dessa reflexão, o filme buscou a resposta das autoridades e as reivindicações dos moradores.

As primeiras gravações ocorreram em Guia de Pacobaíba, distrito de Magé, inaugurada em abril de 1854, por iniciativa do Barão de Mauá, a primeira ferrovia integrada com o transporte aquaviário do Brasil. A equipe também esteve na bucólica Ilha de Paquetá, destino de muitos turistas nos finais de semanas.

A mobilidade urbana é o “calcanhar de Aquiles” dos últimos governos e está chegando a ponto de um colapso. São necessários investimentos em modais com pouco impacto urbano para atender diversos municípios no entorno da capital. O crescimento da demanda e a dificuldade em expandir rodovias, apontam para a criação de novos corredores marítimos.

Dados apontam que em São Gonçalo, diariamente, em torno de treze mil pessoas que trabalham no Fundão, aeroporto ou na Ilha do Governador dependem unicamente do transporte rodoviário.

Após a extinção da CONERJ em 1998 (Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro) e privatização do setor, ficou mais distante a expansão das linhas aquaviárias se tornar realidade.

O contrato de 25 anos com a Barcas S/A e depois CCR Barcas, terminou em fevereiro deste ano. Um acordo judicial com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a concessionária prorrogou a prestação dos serviços até 2024. Em maio deste ano, eis que surgiu uma luz no fim do túnel. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi contratada para elaborar uma nova modelagem de reestruturação do transporte aquaviário pela Baía de Guanabara, tendo como linhas estudadas: Galeão, Magé, São Gonçalo, Fundão e Duque de Caxias.  

O estudo de modelagem e a nova licitação poderão contemplar cidades que muito carecem desta modalidade de transporte. Segundo a FIRJAN (2015), mais de 100 mil carros poderiam sair das ruas diariamente se fossem levados em consideração os estudos realizados.

Diretor Eduardo Guimarães
Diretor Eduardo Guimarães

O documentário vai fazer um “raio x” histórico das lutas, conquistas e perdas de quem é o maior interessado na questão: o povo! … “Não é coerente ter cidades tão próximas e não ter um meio de transporte direto entre elas. As barcas resolveriam isso facilmente com investimentos e vontade política.” argumenta o diretor, que também é o produtor do projeto, acreditar que tudo isso um dia se tornará realidade. A segunda parte, que abordará os desdobramentos após o processo de licitação, será lançado ano que vem. O filme está disponível na plataforma do Youtube e pode ser assistido gratuitamente no canal @eduguioficial.

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